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quarta-feira, 7 de julho de 2010

COMUNICAÇÃO EDUCACIONAL

Bom dia, Paula

O objectivo deste meu post é comentar a polémica que pretendes lançar: "Já estaremos na fase em que os recursos e ferramentas da Web, que surgem em catadupa, potenciam “uma troca de informações mais rica, mais eficiente e mais frutuosa, bem como uma exploração mais eficaz"? Eu acho que não. Haverá certamente mais troca de informação ou de lembretes para o seu surgimento na Web (de twitts e retwitts), mas não há (ainda) mais conhecimento que daí advenha. Estamos ainda numa fase em que se gasta mais tempo a descobrir uma novidade e a aprender a trabalhar com ela do que a explorar e trabalhar ideias (informações que dêem origem a conhecimento). A evolução não vive apenas do turbilhão de átomos, de ideias, de teias, tem de haver uma fase de calmaria e de alguma estabilidade para se pensar e reflectir.
Quem sabe se é possível fazer o raciocínio inverso: será que este modelo não nos ajuda a encontrar um caminho no meio da dispersão que paira na rede virtual?"

Permite-me, Paula, que discorde do essencial deste conjunto de afirmações. Eu acho, convictamente, que sim.

Muitos exemplos te poderia dar de casos e situações em que os novos recursos e ferramentas da Web 2.0 "potenciaram uma troca de informações mais rica, mais eficiente e mais frutuosa, bem como uma exploração mais eficaz", mas vou usar apenas um, o nosso MPEL4. Não encontro melhor caso para citar onde isso se tornou extre-mamente evidente.

Sem essas novas ferramentas, não seria possível de levar à prática o modelo pedagógico que a Universidade Aberta instituiu para este Mestrado, e voltaríamos ao tempo do telefone, fax e correio postal, com os elevados custos financeiros e enormes perdas de tempo daí decorrentes, ou aos tempos da Web 1.0, onde não era possível um trabalho colaborativo eficaz nem a partilha de informação e conhecimento tal como tem acontecido ao longo deste curso.

Assim, constato que, de facto, os novos recursos e ferramentas da Web 2.0 "potenciaram uma troca de informações mais rica, mais eficiente e mais frutuosa, bem como uma exploração mais eficaz" neste nosso Mestrado.

Compreendo que te sintas desconfortável com "os recursos e ferramentas da Web que surgem em catadupa", com esta fase "em que se gasta mais tempo a descobrir uma novidade e a aprender a trabalhar com ela do que a explorar e trabalhar ideias", com "a dispersão que paira na rede virtual", ou com a ausência de "uma fase de calmaria e de alguma estabilidade para se pensar e reflectir".

Isto fez-me lembrar o Bocage, que na expectativa da última moda, final e definitiva, acabou por nunca comprar as botas.

Quero com isto dizer que se ficares à espera que os recursos e ferramentas da Web deixem de surgir em catadupa, a dispersão na rede virtual acabe e se atinja uma fase de calmaria e de alguma estabilidade para se pensar e reflectir, perdeste a oportunidade de tirar partido desta tecnologia, pois não é previsível que esses teus desejos se concretizem a breve prazo.

É necessário saber navegar no mar revolto e com o clima instável que caracteriza este ambiente tecnológico e, apesar disso, tirar o mais possível partido das suas potencialidades e benefícios, sob pena de perdermos uma oportunidade única na história da Humanidade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

COMUNICAÇÃO EDUCACIONAL

Olá, Ana

As minhas respostas às 10 questões colocadas serão, indiscutivelmente, todas afirmativas.

No entanto, penso que a forma como as perguntas foram formuladas apenas possibilita um conjunto de respostas pouco conclusivo, dado que o que as questões consistem, quase sempre, em "Este ambiente permite ...?". Daí que as respostas sejam quase invariavelmente "Sim", talvez com a excepção das questões 2 e 8, que são mais objecti-vas.

Nota-se, em particular, que a pergunta 2 foi colocada algo artificialmente na negativa, a fim de que a resposta seja igualmente "Sim".

Ou seja, este ambiente permite, sem dúvida, tudo aquilo que está enunciado nas questões formuladas. Mas muitos outros ambientes também o permitem. Assim, o que me parece importante averiguar é se aquilo que ele permite foi, de facto, ou não, alcançado.

Daí que sugira algumas alterações neste conjunto de perguntas, com o objectivo de tornar o questionário mais objectivo e mais neutro, que passo a formular:

Retirei o "permite" e passei o Presente do indicativo para o Pretérito perfeito, com o intuito de indagar a impres-são resultante do que o utilizador efectivamente vivenciou e não apenas a possibilidade de o ter conseguido. Na questão 2, retirei o "Não" e passei o "sozinho" ao seu antónimo.

Outra sugestão seria suprimir uma das questões que me parecem um pouco redundantes, as perguntas 4 e 9, ou, em alternativa, fundi-las numa só.

Assim, proponho as mesmas questões com as modificações referidas:

Q1. Este ambiente CSCL facilitou o contacto com os meus colegas de grupo?

Q2. Senti-me acompanhado nesse ambiente?

Q3. Neste ambiente CSCL obtive uma boa impressão dos meus colegas de grupo?

Q4. Neste ambiente espontâneo de CSCL tivemos conversas informais?

Q5. Neste ambiente CSCL atingimos um bom desempenho de grupo?

Q6. Neste ambiente CSCL desenvolvi boas relações de trabalho com meus colegas de grupo?

Q7. Neste ambiente CSCL identifiquei-me com o grupo?

Q8. Senti-me confortável neste ambiente CSCL?

Q9. Neste ambiente CSCL desenvolveram-se conversação não relacionada com a tarefa?

Q10. Neste ambiente CSCL foram criadas amizades próximas dentro do meu grupo?

Desta vez, o número de respostas afirmativas, no meu caso, desceria de 10 para 6, e uma variação de 40% é extremamente significativa.

Além disso, parece-me que as perguntas iniciais sobrevalorizam a Presença Social.

Da leitura do questionário fica-me a ideia de que se pretende transmitir a noção de que só é possível ter sucesso num trabalho em grupo, na Plataforma Moodle, se o utilizador obteve uma boa impressão dos colegas de grupo, se teve conversas informais, se se identificou com o grupo, se se sentiu confortável neste ambiente, se se desen-volveram conversação não relacionada com a tarefa e se foram criadas amizades próximas dentro do grupo.

Ora, não penso que tenha que ser assim. É perfeitamente possível ter uma prestação empenhada, com qualidade e focada no objectivo final sem que todas essas premissas (ou mesmo a maior parte delas) se concretizem.

A Presença Social deve ser como a água benta: cada um toma a que quer.

Nem todos os estudantes on-line sentem necessidade de a exercer ou de a protagonizar. E têm esse direito.

Este debate entronca, parcialmente, num outro que tivemos na unidade curricular Processos Pedagógicos em e-Learning sobre Transparência versus Privacidade no ensino on-line, onde se afloraram algumas questões que têm, em parte, a ver com esta matéria.

Se, nessa altura, defendi o direito à privacidade, defendo, agora, que não deverá ser expectável que todos os alu-nos no ensino a distância tenham que ter, necessariamente, uma Presença Social muito marcante.

Sinto, ainda, que, a haver necessidade de moderar algum dos extremos, essa prática correctiva incida sobre o excesso de Presença Social que, além de constituir um elemento distractor, poderá tender, qual eucalipto, a secar tudo à sua volta, e não tanto sobre a sua falta.

Afinal, bastará observar, nos mais diferentes domínios e actividades, o número de elementos válidos que tenden-cialmente assumem uma atitude reservada ou, mesmo, de low-profile.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

COMUNICAÇÃO EDUCACIONAL

Estes trabalhos de Garrison, Anderson e Archer foram realizados em contextos de Web Conferencia, Fóruns, LMS, prévios à Web 2.0.

Até que ponto, com os novos desenvolvimentos da Web 2.0, estas linhas de investigação se terão de alterar?

Caros Professor e colegas

O artigo "Pesquisando sobre o Modelo da Comunidade de Inquirição: Revisão, questões e perspectivas futuras", de D. Randy Garrison e J. B. Arbaugh, data de 2007. Assim, se considerarmos o período de tempo necessário para a investigação, a recolha e o tratamento de informação, a preparação e a sua escrita, propriamente dita, constatamos que, tal como diz o Professor António Quintas na introdução à questão que nos colocou, estes trabalhos foram realizados em contextos de Web Conferencia, Fóruns, LMS, prévios à Web 2.0 ou, numa fase inicial e ainda incipiente desta.

Em face do exposto, somos questionados se, com os novos desenvolvimentos da Web 2.0, estas linhas de investigação se terão de alterar.

Creio que há, de facto, motivos e espaço para alterações.

Um primeiro aspecto onde as novas ferramentas e serviços da Web 2.0 poderão tornar necessárias novas investigações prende-se com a Presença Social.

Segundo o artigo citado, "A presença social é menos importante se as actividades de aprendizagem forem a aquisição de informação e não houver trabalhos colaborativos, onde os alunos podem beneficiar das perspectivas de outros. (...) O aumento da sociabilidade dos participantes em cursos leva a maior interação, implicando, assim, que a presença social é necessária para o desenvolvimento da presença cognitiva."

Ora, foi precisamente nesta área dos trabalhos colaborativos e na interacção que a Web 2.0 veio alterar significativamente o panorama do ensino a distância.

Com efeito, atente-se nas possibilidades que, por exemplo, os wikis passaram a permitir na execução conjunta de trabalhos colaborativos.

Por outro lado, e ainda citando o artigo em apreciação, "Sendo necessário, para uma comunidade se sustentar, estabelecer a comunicação afectiva e desenvolver laços sociais, é essencial que o grupo se sinta seguro para comunicar abertamente e se aglutinar em torno de um objectivo comum ou finalidade."

Mais uma vez, estamos num âmbito, a criação e desenvolvimento de laços socais, onde o aparecimento das redes sociais e a enorme adesão a estas por parte dos utilizadores a nível mundial, veio potenciar extraordinariamente a Presença Social.

Por fim, "A presença social evolui a partir da comunicação aberta (interação), para o intercâmbio académico (discurso) e, finalmente, para conseguir um sentimento de camaradagem."

Também aqui a Web 2.0 se revelou um instrumento de mudança, permitindo uma interacção mais eficaz e uma comunicação cada vez mais aberta. Encontramos excelentes exemplos de acréscimo de interação e abertura na comunicação nos chats, fóruns, VoIP e outros, que actualmente possibilitam uma comunicação tão célere quanto instantânea.

Mas também a Presença Cognitiva poderá ter saído reforçada.

"A presença cognitiva é definida como um ciclo de inquirição prática, onde os participantes se movimentam, de forma deliberada, da compreensão do problema ou questão até à sua exploração, integração e aplicação. Constata-se que a inquirição tem grande dificuldade em ir além da troca de informações ou da fase de exploração."

Uma vez que a Web 2.0, ao disponibilizar um manancial gigantesco de recursos, potencia uma troca de informação mais rica, mais eficiente e mais frutuosa, bem como uma exploração mais eficaz, creio que a presença cognitiva, enquanto ciclo de inquirição prática sairia, consequentemente, reforçada.

Igualmente a Instrução Directa poderá beneficiar enormemente das vantagens e potencialidades da Web 2.0.

"Anderson et al. (2001) conceberam ainda a instrução directa, a qual é possível a partir da partilha de conhecimento com os alunos. (...) Este tipo de comunicação obriga a que exista um elevado nível de presença social do formador, para assim se tornar efectivo, devendo este possuir conhecimentos teóricos e pedagógicos o que lhe permite estabelecer ligações entre os livros, artigos e recursos educativos existentes na Web."

Se reflectirmos sobre o colossal aumento do volume de informação (os livros, artigos e recursos educativos que o texto refere) que se verificou desde a altura em que este artigo foi escrito, rapidamente compreenderemos o quanto a Instrução Directa se valorizou e se tornou mais válida.

Em conclusão, sendo o Modelo da Comunidade de Inquirição composto pelos três elementos: Presença Social, Presença Cognitiva e Presença de Ensino, não restarão dúvidas que, se cada uma destas componentes for enriquecida e valorizada pela Web 2.0, também a sua resultante o será.



A sociabilidade potenciada pela Web 2.0 é imensa, como é sabido, e consequentemente a Presença Social deverá ser grande em ambientes educacionais que privilegiem a utilização destas ferramentas.

Mas por outro lado não se tenderá para a dispersão? Não se dilui a identidade de um grupo? De uma turma?

Eu diria que existe uma probabilidade muito grande de as respostas a estas questões se dividirem entre um sim e um não, dependendo das características da população que analisarmos.

Se considerarmos uma comunidade inserida no ensino a distância constituída por utilizadores maduros, conscientes, motivados, dispostos a trabalhar para atingir os seus objectivos e detentores de competências que lhes permitam movimentarem-se sem dificuldades de maior pelos meandros da web, creio que esse grupo, apesar de alguns desvios e distracções, saberá evitar dispersar-se e preservará a sua identidade enquanto grupo imerso num processo de ensino/aprendizagem.

Contudo, corresponderá a esta imagem próxima do ideal a maior parte dos agentes envolvidos em ambientes educacionais? Honestamente, acredito que não.

Então, qual é o perfil típico e dos actores desta forma de ensino, e quais são os seus indicadores médios?

Tenho pena de não dispor de estatísticas que permitissem responder a estas perguntas.

Assim, para evitar entrar em especulações infrutíferas, tentarei cingir-me àquilo que me parecer suficientemente verosímil e plausível.

O exemplo do qual estamos mais próximos e melhor conhecemos é a nossa pequena comunidade de alunos neste MPEL4.

Talvez possamos retirar dela algumas indicações para tentar responder às questões colocadas inicialmente.

O grupo é constituído por adultos motivados, a maior parte com responsabilidades familiares e profissionais, com competências na área das TIC superiores à média nacional da classe discente (mesmo considerando apenas o 1º e 2º ciclos, de Licenciaturas e Mestrados), que efectuou (ou está a efectuar) um enorme investimento de capital e de trabalho neste projecto, e muito focado nos seus objectivos.

Isso não faz de nós, necessariamente, alunos perfeitos ou modelares. Todos temos as nossas limitações, constrangimentos e dificuldades.

À priori, seria tentado a enquadrar os elementos desta turma no rol daqueles que saberiam evitar dispersar-se e que preservariam a sua identidade enquanto grupo.

No entanto, a experiência acumulada pelo Professor António Quintas neste campo diz-nos que não.

Ao reflectir sobre esta posição do Professor, ocorrem-me imediatamente alguns argumentos contra e a favor.

A unidade curricular Processos Pedagógicos em eLearning, do Professor Morten Paulsen, e a forma como nos movimentámos entre a plataforma Moodle e algumas dezenas de ferramentas e serviços da Web 2.0, sem que isso tivesse gerado grandes dificuldades ou instabilidade, foi o primeiro deles.

É certo que para o Professor Paulsen tudo isto lhe levantou seguramente dificuldades, nomeadamente para acompanhar e avaliar o trabalho individual de cada aluno. No entanto, foram criados mecanismos dentro da comunidade professor/alunos que permitiram ultrapassar esses embaraços.

Também nesta nossa uc Comunicação Educacional, creio que levámos a bom porto o desafio de trabalharmos em diferentes plataformas, não sem que tenham existido alguns acidentes de percurso, como seria expectável.

Do outro lado da balança, noto que existiram, de facto, dispersões que poderiam e deveriam ter sido evitadas e a identidade do grupo, apesar de a sentir saudável, não é perfeita.

Neste aspecto, a Plataforma "tradicional" funcionou, seguramente, como uma âncora, que em muito contribuiu para a consistência da Presença Social.

Perante isto, fico hesitante para que lado pender.

Vamos rachar fifty-fifty, Professor?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

COMUNICAÇÃO EDUCACIONAL

Comunicação do meu grupo no Congresso:
Researching the Community of Inquiry Framework

Correu bem. Fiquei satisfeito.