Bom dia, Paula
O objectivo deste meu post é comentar a polémica que pretendes lançar: "Já estaremos na fase em que os recursos e ferramentas da Web, que surgem em catadupa, potenciam “uma troca de informações mais rica, mais eficiente e mais frutuosa, bem como uma exploração mais eficaz"? Eu acho que não. Haverá certamente mais troca de informação ou de lembretes para o seu surgimento na Web (de twitts e retwitts), mas não há (ainda) mais conhecimento que daí advenha. Estamos ainda numa fase em que se gasta mais tempo a descobrir uma novidade e a aprender a trabalhar com ela do que a explorar e trabalhar ideias (informações que dêem origem a conhecimento). A evolução não vive apenas do turbilhão de átomos, de ideias, de teias, tem de haver uma fase de calmaria e de alguma estabilidade para se pensar e reflectir.
Quem sabe se é possível fazer o raciocínio inverso: será que este modelo não nos ajuda a encontrar um caminho no meio da dispersão que paira na rede virtual?"
Permite-me, Paula, que discorde do essencial deste conjunto de afirmações. Eu acho, convictamente, que sim.
Muitos exemplos te poderia dar de casos e situações em que os novos recursos e ferramentas da Web 2.0 "potenciaram uma troca de informações mais rica, mais eficiente e mais frutuosa, bem como uma exploração mais eficaz", mas vou usar apenas um, o nosso MPEL4. Não encontro melhor caso para citar onde isso se tornou extre-mamente evidente.
Sem essas novas ferramentas, não seria possível de levar à prática o modelo pedagógico que a Universidade Aberta instituiu para este Mestrado, e voltaríamos ao tempo do telefone, fax e correio postal, com os elevados custos financeiros e enormes perdas de tempo daí decorrentes, ou aos tempos da Web 1.0, onde não era possível um trabalho colaborativo eficaz nem a partilha de informação e conhecimento tal como tem acontecido ao longo deste curso.
Assim, constato que, de facto, os novos recursos e ferramentas da Web 2.0 "potenciaram uma troca de informações mais rica, mais eficiente e mais frutuosa, bem como uma exploração mais eficaz" neste nosso Mestrado.
Compreendo que te sintas desconfortável com "os recursos e ferramentas da Web que surgem em catadupa", com esta fase "em que se gasta mais tempo a descobrir uma novidade e a aprender a trabalhar com ela do que a explorar e trabalhar ideias", com "a dispersão que paira na rede virtual", ou com a ausência de "uma fase de calmaria e de alguma estabilidade para se pensar e reflectir".
Isto fez-me lembrar o Bocage, que na expectativa da última moda, final e definitiva, acabou por nunca comprar as botas.
Quero com isto dizer que se ficares à espera que os recursos e ferramentas da Web deixem de surgir em catadupa, a dispersão na rede virtual acabe e se atinja uma fase de calmaria e de alguma estabilidade para se pensar e reflectir, perdeste a oportunidade de tirar partido desta tecnologia, pois não é previsível que esses teus desejos se concretizem a breve prazo.
É necessário saber navegar no mar revolto e com o clima instável que caracteriza este ambiente tecnológico e, apesar disso, tirar o mais possível partido das suas potencialidades e benefícios, sob pena de perdermos uma oportunidade única na história da Humanidade.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
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