quinta-feira, 3 de junho de 2010

EDUCAÇÃO E SOCIEDADE EM REDE

Temática: A REDE COMO INTERFACE EDUCATIVO (II)

O Futuro da Aprendizagem


Inequívoca e irreversivelmente, a sociedade em rede está a alterar a educação e, necessariamente, o futuro da aprendizagem não poderá ser dissociado da transformação que a sociedade está a sofrer.
Perante estes factos, qual será, então, o futuro da aprendizagem?

Para responder a esta questão que nos foi colocada pelo Prof. António Teixeira, qual é o grau de "liberdade especulativa" que temos? Vou tomar como referência a introdução feita pelo professor na abertura do debate: "Pouco importa que acertemos no que irá ser. O mais provável é falhar as previsões. O que importa é testar os limites das nossas possibilidades, verificar o que desejamos, discutir o que podemos desejar."
Assim, sejamos ambiciosos. Ousemos sonhar.
Que melhores objectivos poderíamos ter para estas transformações do que aquelas que contribuíssem para uma mais efectiva aquisição de competências e uma mais alargada apreensão de conhecimentos por parte dos estudantes, uma melhor preparação destes para a fase inicial da sua carreira profissional (dado que o restante percurso na vida activa terá que se apoiar na aprendizagem ao longo da vida) e uma melhor formação enquanto cidadãos e profissionais para o seu ingresso no mercado de trabalho?
Os objectivos de carácter geral que enunciei poderiam ser desenvolvidos em objectivos mais específicos, tais como a utilização da tecnologia como um factor motivador adicional para os alunos (diria mesmo, que a utilização da tecnologia tornasse irresistível para estes a frequência das aulas, a execução de trabalhos e actividades e o estudo individual), o aumento da produtividade e do rendimento nas tarefas escolares, o alargamento efectivo e fecundo das fontes e dos recursos de aprendizagem, ou a possibilidade de utilização da Rede como um palco ou uma tribuna com audiência em todo o mundo.
Serão estes objectivos demasiado ambiciosos? Creio que poderão ser, de facto, mas "o sonho comanda a vida".

"Há vinte anos atrás, o futuro da aprendizagem era uma longínqua suspeita daquilo em que se transformou.
E de hoje a vinte anos? Porque, onde e como iremos aprender?"
Qual poderia ser o contributo mais importante da tecnologia com vista a melhorar o modo como aprendemos hoje?

Muito tempo passou desde o quadro de ardósia e o giz ou da caneta de aparo e a tinta permanente até ao Magalhães e aos quadros interactivos.
Desenvolveram-se iniciativas de ensino a distância como a Tele-Escola ou as emissões televisivas do Ano Propedêutico. Trilharam-se, no nosso país, os caminhos desbravados pela inglesa Open University.
Passámos por reformas educativas e por profundas remodelações da organização do ensino e dos programas escolares. Experimentámos, inovámos, conservámos, avançámos e regredimos.

E agora? Que passos irão ser dados? E em que direcção?
Alguns caminhos que poderão ser seguidos terão a ver com a concretização da Web 3.0 e com o desenvolvimento da televisão interactiva.
A Web 3.0, ou Web semântica, "pretende ser a organização e o uso de maneira mais inteligente de todo o conhecimento já disponível na Internet" (Wikipédia).
Esta "revolução" da Web, a concretizar-se, permitiria um acesso muito mais racional e eficaz ao vastíssimo manancial de informação actualmente existente na Web, mas que a sua actual desorganização e a ausência de mecanismos que a permitam explorar de forma mais eficiente e produtiva não permitem aproveitar na sua plenitude.
Outra ferramenta que poderá extremamente útil no ensino a distância será a televisão interactiva. Com efeito, este recurso já está a ser objecto de investigação por parte da Universidade Aberta, esperando-se que a sua implementação e desenvolvimento disponibilizem uma nova e preciosa ferramenta, a juntar às já existentes no arsenal tecnológico actual.
Um aumento de velocidade de transmissão na Internet também será bem-vinda, de forma a que a passagem dos programas e aplicações tradicionais para plataformas e portais seja mais fácil e obtenha maior adesão, ultrapassando alguns constrangimentos actuais.

O vídeo "The Future of Learning" (edited for the Department of Children, Schools and Families for the Schools' Minister (Jim Knights) to use in his speech at the huge annual BETT Show in London's Olympia) produzido pelo Prof. Stephen J. Heppell (consultor para a área da educação), dá-nos uma esclarecida visão do quanto a tecnologia poderá ser útil no ensino. Porém, a mensagem que considero mais forte neste pequeno filme é que, independentemente dos meios e recursos de que dispomos no ensino e na aprendizagem, será sempre através de duro e persistente trabalho que conseguiremos alcançar os nossos objectivos e obter o sucesso que desejamos.

1 comentário: